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Este blogue destina-se a expor os trabalhos que vamos realizar até ao final do ano para a disciplina de Projecto. O nosso tema é o cinema português, em particular a baixa adesão ao cinema nacional. Obrigada por nos visitarem!

"Produtores, realizadores e o futuro"





"Alexandre Valente

Realizador e produtor?(Utopia Filmes)

"O financiamento do ICA deve ter menos burocracia e apoiar os realizadores de eminente interesse cultural e social, como Manoel de Oliveira, Pedro Costa, João Canijo e Marco Martins. Mas dessa mesma fatia há que arriscar nos jovens talentos. É preciso criar mecanismos de apoio mecenático, impor taxas e quotas mínimas de mercado a todos os agentes e ainda redesenhar o ICA no sentido de ser também uma espécie de agência capaz de analisar e apoiar novos projectos de novos realizadores."

António-Pedro Vasconcelos

Realizador

"O modelo do FICA está mal concebido, como, de resto, o próprio ICA. Ambos têm de ser revistos no quadro de uma revisão global da política do cinema. Meter no FICA distribuidores e televisões generalistas é um absurdo, porque eles vão, necessariamente, defender os seus interesses directos nos projectos. Por outro lado, dizer que o FICA é para o chamado "cinema comercial" e o ICA é para o "cinema de autor" é um disparate total. O FICA acaba por penalizar os produtores e o ICA por os desresponsabilizar, o que é dar maus sinais ao mercado que se pretende criar! É preciso que toda a cadeia de valor envolvida na comercialização dos filmes seja obrigada a investir uma parte - 4%, 5%, o que for - do seu volume de negócios em novos filmes."

Leonel Vieira

Realizador e produtor (Stopline)

"Uma das prioridades é fazer cumprir a lei que existe. Não é preciso pedir o mundo: as coisas já melhorariam brutalmente se a lei fosse cumprida. As obrigações das operadoras televisivas, de cabo e de sinal aberto, em relação à produção nacional não são cumpridas; os calendários do financiamento do ICA sofrem atrasos constantes, e, em relação ao FICA, mesmo os que estavam comprometidos a financiar não o fizeram, e o Estado foi o primeiro a não cumprir."

Luís Urbano

Produtor (O Som e a Fúria)

"É urgente reforçar os meios financeiros, através do reforço do papel do ICA, que não pode continuar dependente das danças de cadeiras ministeriais. É fundamental que o ICA tenha mais autonomia para definir uma política e dar sinais ao meio sobre o que é mais importante. Numa perspectiva mais prática, é importante reforçar o papel das televisões, redefinindo o seu papel no serviço público."

Maria João Mayer

Produtora (Filmes do Tejo)

"A mudança fundamental era haver mais filmes apoiados. Acredito que seja lírico, mas a coisa tinha pelo menos que dobrar. Não há país nenhum em que só se façam seis longas por ano - nem em Marrocos, nem na Grécia."

António Ferreira

Realizador e produtor (ZEDFilmes)

"O ICA devia subsidiar o dobro dos filmes. Isso tornaria a produção mais dinâmica e diversificada. O que tem acontecido é o contrário. Quando o ICA dá 700 mil euros a um filme e só apoia dois, está a fazer uma má política, porque os filmes que apoia não precisam, sequer, de se relacionar com o público. Tal como está desenhado, o actual sistema de financiamento sustenta alguma preguiça e algum elitismo. Portugal é o único país do mundo onde não é grave um filme apoiado pelo Estado fazer dois espectadores."

Nuno Bernardo

Produtor (Be Active II)

"O FICA é um dos mecanismos necessários à criação de uma indústria do cinema e audiovisual, que só pode sobreviver com apoios estatais. É preciso também apostar nos créditos fiscais e num mecenato livre de burocracias - como em Espanha e na Inglaterra, por exemplo. E ainda estabelecer, se não quotas - é uma palavra errada -, um efectivo caderno de encargos na atribuição das licenças para novos canais no cabo."?

Pedro Borges

Produtor e distribuidor ?(Midas Filmes)

"Para que a produção possa funcionar a níveis razoáveis, é preciso que o ICA tenha fundos suficientes, e os actuais não só não vêm do Orçamento do Estado como, sobretudo, não estão garantidos. Esses fundos podem vir da própria actividade cinematográfica: das taxas sobre a distribuição, a edição DVD, a exibição - são milhões de euros que podiam, e deviam, ser canalizados para o cinema português. E as televisões, a pública e as privadas, deviam ter um caderno de encargos de obrigações de investimento no cinema - que é o que existe em todos os países europeus civilizados."

Tino Navarro

Produtor (MGN Filmes)

"É preciso que o cinema português restabeleça a relação com os espectadores. Temos de ter vários filmes por ano com capacidade para concorrer no mercado. Há dois ou três filmes por ano que têm resultados; tem de haver seis ou sete."

Rodrigo Areias

Realizador e produtor (Bando à Parte)

"Na ficção, falta diminuir o peso institucional do produtor e do realizador na ponderação dos projectos a concurso. Nas curtas há 130 pessoas a concorrer e 10 a receber. E nas primeiras obras, o rácio é ainda pior: dois financiamentos para 70 pessoas. O drama maior é que há cada vez mais gente qualificada a tentar fazer cinema e é cada vez mais difícil lá chegar, porque temos o financiamento tomado por pessoas que começaram a fazer cinema nos anos 60."

Depoimentos recolhidos por Inês Nadais e Sérgio C. Andrade"

Fonte: Público

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