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Este blogue destina-se a expor os trabalhos que vamos realizar até ao final do ano para a disciplina de Projecto. O nosso tema é o cinema português, em particular a baixa adesão ao cinema nacional. Obrigada por nos visitarem!

FICA paralisado por falta de financiamento- " Apoios ao cinema estão paralisados há um ano.Estado não cumpre,ninguém cumpre"


Governo tentou usar fundo do QREN para financiar FICA e não conseguiu. Ministra da Cultura fala de "paralisia insustentável"


O Fundo de Investimento para o Cinema e Audiovisual (FICA), constituído em 2007, está paralisado quase desde que nasceu, depois de o Estado ter deixado de cumprir as obrigações de financiamento meses após o lançamento do fundo. Esta "paralisia" é confirmada pelo sector e pela própria ministra da Cultura, em carta enviada agora aos produtores.

Tino Navarro, presidente da Associação de Produtores de Cinema, também confirmou ao i a situação. "O FICA nasceu no Verão de 2007 e devia ter contribuições públicas e privadas todos os trimestres. O Estado falhou logo no último trimestre de 2007", explicou. "Em 2008 e 2009 continuou sem cumprir os seus compromissos e os parceiros privados do FICA aproveitaram para fugir às suas responsabilidades também", diz. Em causa a Zon, TVI, SIC e RTP, que estão envolvidas no projecto, já que o Meo e a Cabovisão, plataformas de conteúdos, continuam sem pertencer ao fundo. No total, esta entidade de apoio ao cinema deveria contribuir com 16 milhões de euros por ano para a produção de cinema e audiovisual. Em três anos, apenas distribuiu cerca de seis milhões. E com atraso.

Na carta a que o i teve acesso, a ministra reconhece "um conjunto de dificuldades, de diversa natureza, que têm vindo a dificultar o funcionamento [do FICA]", problemas esses que durante o ano passado fizeram "persistir o impasse, arrastando o FICA para uma paralisia insustentável", diz. No campo dos porquês, a história ganha mais contornos.

Na carta, Canavilhas começa por apontar o dedo "a demoras verificadas na aprovação dos regulamentos nacionais e da UE". O governo, já em 2009, optou por recorrer ao Quando de Referência Estratégica Nacional (QREN) para cumprir com a sua parte no financiamento do FICA dos anos de 2007 e 2008. "O Estado nunca definiu de onde vinha a parte que tinha que financiar", criticou por seu turno o realizador António-Pedro Vasconcelos. Mas o recurso ao QREN não solucionou nada. Isto porque, e ainda segundo a carta da ministra, a entidade gestora deste fundo, a ESAF, do grupo Espírito Santo, levantou "reservas jurídicas" à utilização do QREN - por considerar que não se destinava a financiar o cinema. Esta interpretação é criticada por Tino Navarro, que aponta o exemplo espanhol, onde os dinheiros do QREN são usados para financiar a produção de cinema. Já o BES, contactado pelo i, optou por não comentar. Todas estas "reservas jurídicas", fizeram com que o impasse permanecesse. Resultado: em Fevereiro, Canavilhas iniciou "um procedimento de substituição da entidade gestora", que agora decorre. "Isto é insustentável", critica Tino Navarro que, contudo, enaltece a atitude de Gabriela Canavilhas. "Pela primeira vez em 20 anos vejo alguém que tem a dignidade de dar a cara", diz, desejando que se passe das palavras aos actos."

Fonte: Jornal i

Orçamento de Estado:Cinema português deixado para trás


“O cinema português vive hoje uma situação de catástrofe iminente e necessita de uma intervenção de emergência por parte dos poderes públicos e em particular da senhora Ministra da Cultura. O cinema português – o seu Instituto – ao contrário do que é repetido vezes sem conta, é financiado por uma taxa (3,2%) sobre a publicidade na televisão, e não pelo Orçamento de Estado. O financiamento do cinema português desceu na última década mais de 30% e a produção de filmes, documentários e curtas-metragens, não tem parado de diminuir. O Fundo de Investimento no cinema, que era suposto trazer à produção 80 milhões de euros em cinco anos, está paralisado e manietado pelos canais de televisão e a Zon Lusomundo, e não só não investiu quase nada, como muito do pouco que investiu foi-o em coisas sem sentido.”

Devido ao panorama actual do cinema português, um grupo de pessoas da área resolveram criar uma petição.Os realizadores Manoel de Oliveira, Fernando Lopes, Paulo Rocha, Alberto Seixas Santos, Jorge Silva Melo, João Botelho, Pedro Costa, João Canijo, Teresa Villaverde, Margarida Cardoso, Bruno de Almeida, Catarina Alves Costa e João Salaviza e os produtores Maria João Mayer (Filmes do Tejo), Abel Ribeiro Chaves (OPTEC), Alexandre Oliveira (Ar de Filmes), Joana Ferreira (C.R.I.M.), João Figueiras (Black Maria), João Matos (Terratreme), João Trabulo (Periferia Filmes) e Pedro Borges (Midas Filmes) foram então os responsáveis pelo documento.

Fica aqui a petição, elaborada por estes realizadores e produtores, e que tem circulado na internet.


Fonte: arastao.org
 
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